segunda-feira, 31 de maio de 2010

lucas otávio.

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- com ele eu perco a vergonha e até o juízo.! (:

1973.


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e lá estava ela novamente.
na mesma mesa, com a mesma calça rasgada e o mesmo tênis cinza.
com fones no ouvido e com um livro na mão, ela fez o pedido de sempre e mergulhou na nova história.
dessa vez quando a moça trouxe o seu pedido, ela não deixou o expresso esfriar. pelo contrário, tomou ele quente e sentiu a língua arder. logo em seguida mastigou as torradas, numa tentativa inútil de aliviar a dor.
limpou a boca com o guardanapo e voltou para a leitura.
antes disso olhou para o banco em frente, o mesmo em que encontrou o par de olhos cor-de-mel. mas, o banco estava vazio e nenhum sinal daquele moço do cabelo de gel.
mesmo sem entender, sentiu que seu coração ficou desapontado.
vinte-três minutos depois ...
ela fechou o livro e se dirigiu ao caixa.
pagou a conta e caminhou até o estacionamento.
novamente largou o livro para trás, mas dessa vez, colocou um bilhete dentro. sim, era para ele.
minutos depois, ele entrou e foi até a mesa onde ela tinha o costume de sentar. encontrou o livro e sorriu.
mal sabia ele que ali dentro estava a sua chave. chave que abriria a porta para ele se encontrar novamente com aqueles olhos castanhos.

# minha memória toca as mesmas velhas canções.

domingo, 30 de maio de 2010

uma imagem.

sábado, 29 de maio de 2010

página 20.


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fui na padaria comprar leite,
na falta do pão,
eu trouxe um sorriso (:

quinta-feira, 27 de maio de 2010

live like we're dying


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não sei você, mas eu gosto de coisa melosa. declarações de amor no meio da tarde ou até mesmo no meio de uma discussão.
eu sei que sou amada por alguns, mas é sempre bom quando alguém resolve me (re)lembrar.
apelidos com nome de comida, por mais estranho que possa parecer, são os meus favoritos. chamar alguém de pão-com-ovo ou de paçoca é legal/é divertido/é romântico (?). não nego que também gosto daqueles comuns, como: flor/linda/amor/gracinha/querida/etc. acho que todos são válidos, até fofa é aceito - quando dito por certas pessoas.
receber uma sms surpresa (?) é o que há.! salva-me de qualquer mau humor e deixa a noite brilhando, mesmo que com chuva.
gosto de perder a noção do tempo conversando com alguém pelo telefone. a voz de certas pessoas me acalma e me alegra de uma tal maneira, que me pego sorrindo ao invés de dormir ou trabalhar. isso também vale pra conversas pelo skype. o importante é ouvir a voz e depois perceber que ela ficou presa na sua mente.
decília também é caminhar por aí e sentir que o vento lhe trouxe o cheiro daquele alguém.
sempre bom ouvir aquela música, fechar os olhos e viver tudo novamente. lembrar de um beijo que não foi dado ou de um beijo roubado. lembrar daquele abraço ou daquele sorriso. daquela conversa e daquela piada sem graça.
amar e receber amor.
até a flor roubada no quintal da vizinha me faz suspirar.

# o amor não é clichê, o amor é amor.

página 6.


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terça-feira, 25 de maio de 2010

fireflies.


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entrou e sentou.
imaginou que estava em casa, pois colocou os dois pés em cima da cadeira ao lado. tirou o fone do ouvido esquerdo e levantou a mão direita. o seu pedido era uma xícara de café expresso e duas torradas. colocou o fone novamente e abriu a página 13 do livro que estava lendo. não levantou a cabeça nem na hora que o pedido chegou. deixou o café esfriar e tomou tudo com um só gole.
antes de comer as torradas pediu uma caneca de leite quente, sem açúcar e sem chocolate. gostava do sabor do leite puro. quando o leite chegou, ela fechou o livro, tirou os fones e pegou o primeiro pedaço de torrada.
foi então que percebeu que estava sendo observada pelo olhar curioso dele.
não sorriu, não esboçou nenhum sentimento e logo sem seguida voltou para sua leitura.
terminou de comer, fechou o livro e se dirigiu até o caixa.
pagou a conta e foi embora.
ele ficou a observando. quando viu que o carro dela já não estava mais no estacionamento, se levantou e foi até a mesa onde ela estava sentada. foi então que percebeu que ela havia esquecido o livro para trás.
guardou o livro dentro da jaqueta e foi pra casa.
em um bolso ele levava o livro e no outro a esperança de se encontrar novamente com aqueles olhos castanhos.

# perdido em um balé silencioso.

página 25.


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sempre que escuto fall out boy sinto vontade de escrever, é uma coisa automática, será que você é capaz de entender?!
eu não tenho nada a dizer. não tenho pra contar, ou será que tenho?!
acabei de montar uma playlist na radio uol e estou aqui. escrevendo por escrever.
talvez seja nisso que eu procuro acreditar, mas sei que existe um motivo pra essa vontade. motivo que eu ainda não conheço ou que eu só irei perceber quando chegar na última frase.
há tempos eu não escrevia por escrever.
estou procurando palavras, lembrando de situações, curtindo uma saudade do mundo e com preguiça de dormir.
lendo minhas postagens antigas, descobri que de todos os contos que eu comecei, consegui terminar um. o resto ainda está no aguardo de um final ou de uma continuação - que seja.
há umas semanas, eu comecei um conto novo. escrevi três partes e agora estou sem ideias para as próximas. isso já aconteceu com você?!
tudo bem, já escrevi demais e não disse nada. eu sei que ninguém vai perder tempo lendo isso aqui, até mesmo porque todo mundo só lê o último texto publicado, né?! e eu já estou indo clicar em 'nova postagem', pois acho que já sei sobre o que escrever.

# deixando a vontade me levar para outro lugar.

página 15.


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começo achar que preciso parar por um tempo.
começo achar que o mundo tá girando rápido demais.
começo achar que todos estão contra mim.
começo achar que estou sozinha.
começo achar que sentimentos vem e vão.
começo achar que o tanto faz é uma boa opção.
começo achar que pensar é necessário.
começo achar que preciso me desintoxicar.
começo achar que necessito de uma reabilitação.
começo achar que o medo me dominou.
começo achar que estou perdida.
começo achar que o chão já não é tão firme.
começo achar que ontem era melhor.
começo achar que o amanhã deveria ser hoje.
começo achar que arriscar, às vezes, faz bem.
começo achar que tudo isso já não tem sentido.
começo achar que mentiras são verdades.
começo achar que estou sendo covarde.
começo achar que preciso de um lugar.
começo achar que quero um alguém.
começo achar que procurar é bom.
começo achar que tudo isso ficou emo(tivo) demais.

# porque tudo nunca é como parece ser.

três verdades.


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- você é descartável.
- você é substituível.
- você é só mais um/a.

página 8.




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me encontro sem:
paciência;
vontade;
desejo;
saco.

eu quero:
férias;
repouso;
silêncio;
você.

procuro por:
sorriso;
música;
filme;
mim.

# já sinto o vento quente do inverno.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

um dedo de prosa [6]


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ele: tenho algo a dizer.
ela: tem que ser agora?!
ele: acho que sim.
ela: o que é?!
ele: isso
(barulho de beijo)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

página 9.


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ela entrou no ônibus e procurou se sentar em um dos últimos bancos. diferente da maioria, ela gosta de se sentar de costas para o vem, gosta de vê passar as coisas e não esperar pra vê-las - quem entende?!
como sempre, estava com os fones acoplados ao ouvido e um livro na mão.
antes mesmo de encontrar o seu banco, seu olhar foi de encontro com o rapaz que estava sentando de frente, procurou manter o equilíbrio - coisa que ela (quase) nunca consegue - dentro do ônibus. sentou-se, mas com o olhar preso no olhar do rapaz.
não, não foi a beleza do jovem rapaz que prendeu a atenção dela e sim a lembrança que ele trouxe pra ela. não, eles também não eram amigos ou conhecidos, foi o primeiro e - talvez - último encontro deles.
ele lembrava alguém, alguém de quem ela sentia muita falta.
chego a pensar que isso não era justo com ela, já que a saudade por si só doía um tanto. agora imagina vê um alguém semelhante, mas só semelhante?!
fazendo lembranças/vontades/desejos despertarem dentro dela.
ela se esqueceu do livro e aumentou o som da música que estava tocando. tentava disfarçar e olhar pela janela, mas segundos depois seus olhos já estavam presos no rapaz.
talvez ela também o lembrava alguém ou então só estava a achando doida, pois ele sempre que o olhava se encontrava com o olhar dele, preso nela.
graças, esse martírio não durou por mais de trinta minutos. trinta minutos que para ela foi uma eternidade.
de fato coisas intensas parecem durar mais do que realmente duram.

# quando mentir for preciso, pode falar a verdade.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

a verdade nua e crua.



quarta-feira, 19 de maio de 2010

página 21.


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eu já me cansei disso.
será que isso vai passar?!
e se isso passar e eu sentir saudade?!
comolidar?!

# é tão bom fingir que a vida é assim, só lazer.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

página 13.


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flores
retrato
caça

cores
ato
fumaça

amores
fato
palhaça

# não é necessário ordem, só desejo.










sábado, 15 de maio de 2010

um dedo de prosa. [5]


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ela: a gente se conhece?!
ele: acho que não.
ela: então, vamos nos conhecer?!
ele: por mim, tudo bem.
ela: qual o seu nome?!
ele: Miguel e o seu?!
ela: posso te chamar de Pedro?!
ele: mas por que?!
ela: porque eu já tenho um Miguel.
(silêncio)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

página 5.



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às vezes eu penso que a minha existência não faz a menor diferença, de que sou apenas mais um ser humano passeando por esse mundo e outras coisas semelhantes.
lembrando que eu disse que isso só acontece às vezes, tá?!
porque, graças, eu tenho pessoas para me lembrar de que eu sou importante, de que sim, eu fiz/faço a diferença na vida delas.
e quando eu leio/escuto isso, meu coração se alegra de tal forma, que meu rosto chega ficar formoso ><'


ah, pra quem não sabe: um coração alegre, aformoseia o rosto.! (Provérbios 15:13a)


não sei pra você, mas pra mim, melhor do que ser feliz é fazer alguém feliz. pois uma coisa traz a outra.
eu sei, isso já está virando mais um clichê barato. será que isso é um problema?!
como sempre eu já me perdi ._.
a única coisa que desejo é continuar fazendo a diferença na vida das pessoas que me cercam. eu sei, nada dura para sempre, ainda bem que pra tudo existe uma exceção e uma coisa chamada lembrança é uma delas, pois essa - você querendo ou não - dura por toda uma vida (:


# pra fazer diferença não basta ser diferente.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

(8)


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só você,
hoje eu canto só você.
só você,
que eu quero porque quero, por querer. ♪

quarta-feira, 12 de maio de 2010

relicário.


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'o que você está dizendo?!
o que você está fazendo?!
por que está fazendo assim?!'

(Cássia Eller e Nando Reis)

um lado qualquer.

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não sei você, mas eu sou do tipo que faz uma tempestade em uma gota d'água, agora imagina só quando eu ganho um copo?! '-'
talvez seja por isso que até hoje eu me encontro sozinha.
eu não estou dizendo que estou certa, sei que preciso mudar isso, porque caso contrário terei um futuro bem solitário. mas, enquanto a mudança não vem, sigo assim.
tem gente que diz que eu vejo demais, mas não é bem assim. posso não ser a pessoa mais inteligente/esperta do mundo, mas não venha achando que eu sou sonsa, porque eu só finjo.
não sou do tipo que vai e tira satisfações, dizem que isso é um defeito. (tanto faz)
diga o que quiser, mas eu sou assim. talvez eu possa mudar, talvez você terá que se acostumar com isso. a escolha é só sua.
ninguém é obrigado/a a me aturar, faz quem quer. desde que não reclame depois, certo?! (:
acho que cheguei no meu limite, só acho.
eu sei que não sou nenhum relógio, mas sinto que preciso dar um tempo. um tempo pra mim, um tempo pra vê o que o tempo me dirá.
não estou querendo fazer nada de cabeça quente, mas acho que agora já foi.
lamentações.
fim.

# talvez seja só uma fase ou então o fim.

terça-feira, 11 de maio de 2010

um dedo de prosa [4]


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ele: vamos nos casar?!
ela: mas já somos casados?!
ele: desde quando?!
ela: desde que eu tinha dezoito anos.
ele: e quantos anos você tem hoje?!
ela: quarenta e três.
ele: nossa, parece que te conheci ontem.
(beijos)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

speechless


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hoje acordei carente de você.
te querendo mais do que sempre quis.
desejando ter seus braços para me livrar do frio,
e o seu sorriso para iluminar o meu caminho.

hoje acordei carente de você.
sentindo falta da sua companhia para o café.
desejando ouvir a sua voz ao pé do ouvido.
querendo sentir suas mãos envolvendo minha cintura.

hoje acordei carente de você.
lembrando do dia que te conheci,
com vontade de ouvir e repetir a nossa música.
sonhando acordada com seus beijos.

# oh, boy, you've left me speechless.

um dedo de prosa [3]


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ela: eu te amo.
ele: eu também.
ela: você também se ama?!
ele: hã?!
ela: você entendeu minha pergunta.
ele: eu quis dizer que amo VOCÊ.
ela: você deveria ser menos preguiçoso.

página 10

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todo começo é igual. todo começo é bom/divertido/eterno, com a gente não foi diferente.
hoje em dia você é nada além de um estranho pra mim e tenho certeza de que você não me reconhece mais.
a distância foi roubando de nós as lembranças. foi apagando a nossa memória.
me desculpa, mas eu menti quando disse que ninguém iria ocupar o seu lugar. a vida é assim, né?! afinal, eu também perdi o meu lugar dentro de você.
talvez tenha sido uma troca justa.
sim, eu sinto saudade, mas não de nós, só de você.
não, isso não acontece todos os dias, só nos dias chuvosos.
quando eu olho para trás, eu te vejo. quando eu olho para frente, eu te vejo. quando olho para o lado, vejo outro.
talvez seja só questão de costume, né?!
vou confessar que com você foi mais fácil/prático. o novo traz sempre aquela ponta de incerteza, o problema é que com o passar do tempo, o novo fica velho e perde a graça, que nem aconteceu com a gente.
qual a minha intenção com esse texto?! - tenha certeza de que a pior.
eu sei, você não me reconhece mais.
tente chegar mais perto, tente se aproximar novamente, tente voltar.
o melhor mesmo é você fingir que não leu nada.

# vou procurar na rua, aquilo que me falta em casa.

domingo, 9 de maio de 2010

página 11.

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falta sentimento.
falta verdade.
falta agradecimento.
falta confiança.
falta reconhecimento.
falta cumplicidade.
falta algo.
falta alguém.

# só um minuto.

sábado, 8 de maio de 2010

página 7.

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acho que só resolvi escrever porque não estou afim de arrumar a minha cama ._.
talvez o nome seja preguiça, mas eu digo que é só cansaço.
porque, eu não sei você, mas acordar as 6 horas da manhã em pleno sábado - dia do descanso e dia do banho - não é muito divertido.
só pra constar: isso não é uma reclamação, é só um comentário.
pois então.
há tempos eu não conto da minha vida, há tempos eu só falo dela através de textos (bestinhas) fantasiados.
hoje senti falta e resolvi contar. eu sei, você não é obrigado a lê e nem comentar, afinal a vida é minha '-'
segundo a minha mãe, eu tenho até o meu aniversário pra me mudar - mas eu sei que ela tá só de brincadeira (será?! será?!) -, porque diz ela que não me aguenta mais ¬¬'
fui no cinema, andei pelo shopping, comprei presente pra ela, ajudei meu amigo a escolher o presente que ele iria dar pra mãe/avó dele.
confesso que cheguei em casa com um único pensamento: cama/dormir/cama/dormir/cama/dormir ><'
mas, eu me lembrei de um convite especial que o Alexandre tinha me feito. daí, liguei pra ele e disse que eu aceitava.
tomei banho e resolvi me vestir que nem mocinha '-'
sem pressa de chegar, fui contando os passos. acho que estava com vergonha, só acho ._.
até agora estou feliz por ter ido, mas não é aquela alegria que vai morrer quando eu deitar a cabeça no travesseiro. estou de consciência limpa ou melhor, renovada.
não existe lugar melhor pra se estar do que a casa do Pai.
eu sempre fico sem palavras quando quero me declarar ou demonstrar algum sentimento por alguém, mas com Ele. ah.! com Ele as coisas são diferente, totalmente diferentes e melhores. sei que não preciso de palavras/gestos/demonstrações, pois Ele tudo conhece, tudo vê e tudo escuta. só que mesmo assim eu tento, porque palavras/gestos/demonstrações são coisas que todo mundo gosta, principalmente Ele.
bom mesmo é lembrar que Ele sempre tem mais, sempre mais.
eu só preciso agradecer, só isso e nada mais.
agora, vou arrumar minha cama, pois daqui a pouco é hora de colocar a mão na obra.
talvez fosse isso, talvez eu estava precisando contar/compartilhar isso com alguém, mesmo que ninguém venha lê.


# meu alvo é Cristo.!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

sr. paçoca ♥

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- maria.elis diz :
eu amo você e amo mais ainda essa paciência toda que você tem comigo, porque eu confesso que até eu estou com vontade de me mandar pra pqp ;x (L)
Blackbird diz :
hum
Blackbird diz :
desde que você me deixe o endereço e o mapa com todas as orientações de como eu chego lá :)
- maria.elis diz :
quer ir pra lá também?!
Blackbird diz :
se for pra ficar junto com você.

eu e você/você e eu.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

a caixa verde.

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ela precisava encontrar o tal papel, como nunca foi muito organizada, era preciso revirar o quarto todo, começando pelas caixas coloridas que ficavam na parte de cima do guarda-roupa. subiu em um banco e na pressa colocou uma caixa por cima da outra. sim, ela perdeu o equilíbrio e deixou as caixas virem ao chão.

no meio das caixas, tinha uma que ela evitava ao máximo de chegar perto, a caixa verde - onde ela guardava as cartas/flores/bilhetes/fotos/ingressos/chaveiros/rascunhos do André.
quando percebeu que a caixa verde estava aberta, sentiu o sangue congelar e o coração pulsar nas pontas dos dedos. ficou em pé e olhando. sem se mexer, sem pensar e (quase) sem respirar. parecia que estava olhando pra um fantasma, tudo bem, aquela caixa não deixava de ser um - pelo menos pra ela.
a última vez que ela tinha olhado as lembranças daquela caixa, foi quando começou a namorar com Arthur. prometeu pra si própria que não iria se machucar e nem machucar alguém com aquelas coisas, sabia que era necessário abrir mão delas, mas descartou qualquer possibilidade de jogá-las fora.
a caixa era verde, porque verde era a cor favorita de André.
não tinha jeito, era preciso arrumar as coisas, afinal, ela não poderia deixar tudo espalhado pelo chão.

era impossível olhar uma foto e não sentir algo, nem que fosse só um frio na espinha. era impossível pegar uma carta e não lê. era impossível não olhar para um ingresso e pensar que tinha sido o melhor filme/show/teatro/apresentação. era impossível apagar o passado.

mal sabia ela que aquilo era apenas um aviso do que estava por vir (...)


parte um.

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o calendário marcava 03 de setembro de 1985, ou seja, faltava exatamente um mês para o casamento de Valentina e Arthur.
ela já tinha escolhido o tipo de vestido que queria entrar na igreja, mas ainda faltava consertar alguns detalhes. o terno dele já estava reservado.

ela era dois anos mais velha do que ele.

eles se conheceram quando ela estava pra terminar o curso de psicologia e ele começando o curso de educação física.
o encontro aconteceu no dia que ela ajudou ele a se livrar do trote, ele estava fugindo - não queria ter que dançar e pedir dinheiro no sinal - e sem querer esbarrou nela. pediu desculpas e disse que precisava de ajuda, resumiu as coisas pra ela e antes mesmo de terminar, ela já tinha prendido ele no banheiro feminino. eles perderam a noção da hora e ficaram por lá, conversando/rindo. há tempos ela não se sentia assim e ele nunca tinha vivido aquilo - pelo menos era o que ele achava.
depois de quase dois anos, eles começaram a namorar, no dia 03 de outubro de 1983. dois anos se passaram, e pouca/muita coisa mudou.
já estavam formados e empregados, sendo assim, resolveram se casar. no dia 03 de janeiro de 1985, ela fez o pedido. não foi novidade pra ninguém, já que foi ela também quem o pediu em namoro.

era dia de experimentar o vestido, finalmente, ele estava pronto, quer dizer, quase pronto, mas já era de grande emoção entrar dele, mesmo que faltando alguns pedaços. foi junto com a sua melhor amiga e sua mãe.
quando entrou dentro do vestido e se olhou no espelho, não pode evitar as lágrimas e o sorriso largo. de fato era um dia muito especial.
depois de olhar alguns ajustes, ela percebeu que tinha esquecido um documento em casa, quer dizer, um papel pequeno, com as medidas do véu. com isso marcou de voltar no dia seguinte.
voltou pra casa e foi direto pro quarto, precisava encontrar aquele papel.

mal sabia ela que o primeiro sinal estava por vir (...)


terça-feira, 4 de maio de 2010

sem assunto.

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dois copos.
dois cubos de gelo.

uma mesa.
um centro.

três cadeiras.
três tentativas.

um coração.
dois amores.
três paixões.

três nuvens.
dois barcos.
um sol.


# escrito (linhas)entre(linhas).

que seja eterno.


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equilíbrio é realmente algo essencial, pelo menos pra mim.
alegria é muito bom, mas se não tiver uma tristeza ela vai perder o valor.
tristeza é algo ruim, mas fica pior se só ela existir.
alegria e tristeza formam um casal de equilíbrio.
me casei com esse casal e confesso que estou tendo um ótimo casamento :)'


# uma árvore sem raíz, não fica em pé.

domingo, 2 de maio de 2010

eu preciso (só) dizer:


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obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada.obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada. obrigada.